Baía de Guanabara, no trecho próximo ao aeroporto Santos Dumont, nesta quinta-feira (5)Reginaldo Pimenta / Agência O Dia

Rio - Um registro chamou atenção nesta quarta-feira (5): tartarugas marinhas foram vistas nadando na Baía de Guanabara, no trecho próximo ao aeroporto Santos Dumont, no Centro. O flagrante, feito no Dia Mundial do Meio Ambiente, surpreende não só pela beleza da cena em meio ao cenário urbano, mas também por acontecer em uma região historicamente marcada pela poluição.
Apesar dos avanços observados nos últimos meses, o mais recente boletim de balneabilidade do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), divulgado no dia 28 de maio, voltou a indicar piora em pontos tradicionais da orla carioca. Trechos como o da Praia de Botafogo, em frente à comporta, que nas duas semanas anteriores havia sido classificado como próprio para banho, retornou à lista de áreas impróprias. O mesmo aconteceu com a Barra de Guaratiba, na altura da Escola Ana Neri e do Grupamento de Bombeiros,
Áreas como Quebra-Mar, na Barra da Tijuca, e o trecho do Leblon em frente à Rua Afrânio de Melo Franco, seguem não podendo ser usada pelos banhistas.
Segundo a Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, as ecobarreiras instaladas em rios e canais que deságuam na Baía impediram que cerca de 12 mil toneladas de lixo chegassem ao mar. Entre março de 2023 e dezembro de 2024, foram 11.679 toneladas de resíduos sólidos retiradas das águas, o que representa uma média de 600 toneladas por mês ou 27,5 toneladas por dia. As barreiras funcionam como uma contenção flutuante, retendo principalmente lixo urbano levado pela água da chuva.
De acordo com o Inea, a condição das águas pode mudar rapidamente, principalmente após chuvas. Por isso, o órgão orienta que o banho de mar seja evitado nas 24 horas seguintes à ocorrência de precipitações e em áreas próximas à saída de canais.
O registro das tartarugas, no entanto, sinaliza que ainda existe alguma resistência da fauna marinha mesmo em meio à degradação.