Rio - Moradores e comerciantes de Vila Isabel, na Zona Norte do Rio, foram surpreendidos na tarde desta quarta-feira (15) por informações sobre um suposto toque de recolher e uma possível invasão no Morro dos Macacos. A notícia se espalhou nas redes sociais por volta das 14h, causando apreensão na região.
A Polícia Militar, no entanto, enviou equipes ao local e constatou que a informação não procedia. Mesmo assim, o boato causou muito impacto no bairro. Diversos relatos circularam nas redes sociais dando conta de que comércios haviam sido fechados por ordem do tráfico. Apenas a plataforma 'Onde Tem Tiro', que monitora tiroteios no Rio, recebeu 15 mensagens relacionadas ao falso toque de recolher.
O Centro Municipal de Saúde Maria Augusta Estrella, em Vila Isabel, chegou a fechar as portas por volta das 13h, como medida preventiva diante do temor de confrontos.
A região vive um clima constante de tensão devido à disputa territorial entre o Terceiro Comando Puro (T) e o Comando Vermelho (CV). O boato intensificou ainda mais o receio de novos confrontos no Morro dos Macacos.
Procurada, a Polícia Militar reforçou que não houve toque de recolher na comunidade. A Uerj, que possui um campus no Maracanã, disse que as atividades seguem ocorrendo normalmente.
Entenda a guerra no Morro dos Macacos
Desde o ano ado, o Comando Vermelho (CV) e o Terceiro Comando Puro (T) travam uma disputa pelo controle do Morro dos Macacos. Os conflitos se intensificaram neste ano, com direito a símbolos das facções espalhados pela comunidade.
Atualmente, o T domina o morro, mas os constantes tiroteios na área são resultado de uma tentativa de expansão territorial do CV, com traficantes do Morro do São João, no Engenho Novo, buscando aumentar sua influência. A distância de cerca de 4 km entre as duas comunidades facilita a mobilização dos criminosos.
O traficante Pedro Paulo Lucas Adriano do Nascimento, o 'Titauro', é apontado como a principal liderança do Comando Vermelho na tentativa de invasão ao morro. Ele é considerado foragido por causa de um mandado de prisão preventiva expedido em maio de 2024, pelos crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver.
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