Equipes apreenderam dezenas de pistolas, dinheiro e muniçõesDivulgação/Polícia Civil
Operação prende 10 por fornecer armas e drogas a facção no Rio
Agentes visitaram endereços na capital, em Maricá e Resende, além de São Paulo, Mato Grosso e Rondônia
Rio - Ao todo, 10 pessoas foram detidas, nesta terça-feira (13), como resultado de mais uma etapa da Operação Contenção, que mirou criminosos responsáveis pelo fornecimento de armas e drogas para o Comando Vermelho. A investida, uma parceria entre a 60ª DP (Campos Elíseos) e o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ), cumpriu dezenas de mandados de prisão e de busca e apreensão nos estados de Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso e Rondônia.
Dentre os presos - que não tiveram os nomes revelados -, estão um armeiro do tráfico, um dono de loja de armas e um homem com licença de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC), além de outros envolvidos no esquema de tráfico de armas e de lavagem de dinheiro.
Além das capturas, houve ainda apreensão de 240 armas - sendo 60 de longo alcance -, 43 mil munições, computadores e R$ 135 mil em espécie, além do pedido para bloqueio de cerca de R$ 40 milhões em bens e valores de pessoas físicas e jurídicas que seriam ligadas ao grupo - com etapas anteriores, os bloqueios solicitados am de R$ 6 bilhões.
A ação buscou conter e atacar o avanço territorial do Comando Vermelho na Zona Oeste do Rio. Segundo a Polícia Civil, as autoridades esperam que os resultados levem à interrupção imediata na logística para obtenção de armas e de drogas pelas lideranças da facção que atuam em diversas comunidades.
Ainda de acordo com a corporação, o armamento recuperado seria usado no fortalecimento e em expansões territoriais da facção no Rio, inclusive na Zona Oeste, e em outros estados. No Rio, os agentes atuaram na capital do Rio e nos municípios de Maricá e Resende. Os alvos vão responder pelos crimes de associação para o tráfico de drogas com emprego de arma de fogo e entre estados, falsidade ideológica, porte ilegal de arma de fogo de uso e comércio ilegal de arma de fogo.
O delegado Felipe Curi, secretário de Estado de Polícia Civil, deu mais informações: "Vimos hoje mais uma ação emblemática da 'Operação Contenção', que busca justamente conter essa política expansionista do CV na Zona Oeste. Identificamos e prendemos pessoas que avam despercebidas. Apreendemos armas em uma casa de luxo na Barra da Tijuca, e também prendemos um integrante da quadrilha que tinha empresa de comércio de armas de aparência lícita, mas que desviava para vender para a facção. Essas armas seriam usadas para cometer crimes e para atacar a polícia".
Investigações
As investigações - que tiveram apoio do Gabinete de Recuperação de Ativos (GRA) da Polícia Civil - começaram com uma prisão em flagrante por tráfico e chegaram a um esquema minucioso e sofisticado com núcleos operando em diversas comunidades do Rio e integrantes atuando em outros estados. O grupo praticava ainda lavagem de dinheiro, que teve como evidência uma movimentação de R$ 5 milhões em menos de um mês.
Um ponto que chamou atenção foi a participação de bandidos de outros estados, que em vez de buscar o Rio para se abrigar, como ocorria historicamente, aram a ganhar relevância dentro da facção, chegando a chefiar comunidades, como a Muzema, na Zona Oeste, onde escolhiam sucessores em seus estados de origem para comandar a organização por lá.
O trabalho investigativo também teve apoio da Polícia Rodoviária Federal, da Receita Federal, do Exército Brasileiro e do Homeland Security Investigations dos Estados Unidos. As ações desta terça-feira têm apoio de delegacias do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), além das Polícias Civis de São Paulo, Mato Grosso e Rondônia.
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