Oruam é capa da revista britânica DazedReprodução/Instagram @dazed

Rio - Aos 24 anos, Oruam é capa da revista britânica Dazed, que o descreveu como "a estrela em ascensão do rap brasileiro". De cabelo vermelho, "febre" entre jovens que são criados em comunidades dominadas pelo Comando Vermelho, o rapper fala sobre a relação com o pai, Marcinho VP, condenado a 36 anos de prisão por matar e esquartejar dois traficantes rivais em 1996.
"Escrevi um poema para meu pai e ele me disse para recitá-lo no evento de lançamento do livro dele – eu tinha que fazer isso", lembra ele. "Esta foi minha primeira vez em um palco e, quando desci, as pessoas pediram para tirar fotos comigo", contou.
A matéria também cita o funkeiro como um "garoto magrelo que mal nos olha enquanto conversamos não parece ser a pessoa capaz de incitar medo e histeria em políticos de direita em todo o Brasil".
"Tem um projeto de lei com o meu nome, então sou muito famoso. Eles vão se lembrar de mim para sempre", contou ele, citando a lei Anti-Oruam, que proíbe contratação de artistas que fazem apologia ao crime.
Um das fotos do ensaio para a revista, Oruam segura um objeto feito com câmeras fotográficas em formato de uma arma.  "Oruam é indiscutivelmente o artista de hip hop mais chamativo do Brasil", diz a publicação.
Matéria é criticada por ser lançada no dia de 23 anos da morte de Tim Lopes
No X, muita gente criticou pela capa ser lançada na segunda-feira (2), dia em que a morte do jornalista Tim Lopes completou 23 anos. Ele foi morto pelo traficante Elias Maluco, chamado de "tio" por Oruam, por ser "padrinho" do seu pai, Marcinho VP. 
Oruam tem uma tatuagem de Elias Maluco, um dos assassinos e mandante do crime de Tim Lopes. "Sabe quem também usava a câmera como uma "arma"? Tim Lopes. Vocês esquecem das coisas muito rápido...", disse uma internauta.
"Ele usando uma arma feita de máquinas fotográficas que coincidentemente era o instrumento de trabalho do Tim Lopes", comentou mais um.
"Se a câmera focasse mais abaixo, daria pra ver o rosto tatuado de Elias Maluco, padrinho de Mauro, que queimou os olhos do jornalista Tim Lopes com um cigarro e usou uma katana para esquartejá-lo, após ele investigar a exploração sexual de menores nos bailes funk", escreveu mais um usuário do X.