Rio - Um dia após Virginia Fonseca ser anunciada a nova rainha de bateria da Grande Rio, Fabrício Machado de Lima, o mestre Fafá, da bateria da Grande Rio, anunciou no seu perfil do Instagram, nesta sexta-feira (23), que vai se afastar das redes sociais.
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Ele começou o desabafo nos Stories dizendo que sempre adotou o silêncio como doutrina e, por isso, respeita todos. "Não ofendo e não ataco ninguém. Sou um profissional do Carnaval, um trabalhador que, como muitos, ajudam engrandecer esse espetáculo. Sempre busco andar pelo certo e andar de cabeça erguida", iniciou.
Sem citar Virginia, mestre Fafá disse que os ataques começaram na quinta-feira (22). "Ofensas, xingamento e até ameaças direcionada a mim. Por esses motivos irei deixar esse perfil off por algum tempo, evitando assim problemas maiores. N ão preciso de rede social e sim de paz para seguir trabalhando. Aos amigos que iram meu trabalho, sabem aonde me achar, estarei na Grande Rio", concluiu.
Procurado pela reportagem do DIA, o mestre de bateria disse que não quer falar mais nada. A assessoria de imprensa da Grande Rio também foi procurada, mas não retornou até o momento.
A influenciadora, que assume o posto de Paolla Oliveira, fez uma chamada de vídeo com Fafá, que está na França a trabalho e postou um trecho nos Stories.
No perfil de Fafá, seguidores cobraram que ele se manifeste contra a escolha de Virginia: "Se posiciona tira essa mulher do posto de rainha. Escutem o povo", disse um deles.
"Vamos tirar a Virgínia e colocar realmente uma pessoa que tem samba no pé? Vamos ter CONSCIÊNCIA!", comentou uma internauta.
"Pô Fafa, mete a boca no trombone, meu filho, não aceita isso não!", disse mais um. Após isso, ele limitou os comentários em sua rede social.
Grande Rio é detonada após Virginia ser anunciada
A escolha de Virginia para sair à frente da bateria desagradou muitos torcedores e até membros da escola. Nas redes sociais, seguidores encheram o perfil da escola de samba de críticas.
"Já vão entrar na Sapucaí com pontos negativos. Que tiro no pé", reagiu um internauta. "A posse da Virgínia como rainha de bateria da Grande Rio é, no mínimo, um tapa na cara do mundo do samba e de quem vive e constrói essa cultura há décadas. O samba é resistência, é história, é raiz! Ver uma escola do porte da Grande Rio, que sempre carregou a força e a representatividade de Duque de Caxias, abrir mão disso em nome de mídia e influência é triste e revoltante.", opinou uma fã de Carnaval.
Outro seguidor deu sua opinião sobre a escolha e teve mais de 800 curtidas até o momento: "Nada contra a Virgínia como pessoa, mas tudo contra o símbolo que isso representa. O posto de Rainha de Bateria sempre foi mais do que beleza e fama: é sobre representatividade, entrega, história e pertencimento. Enquanto muitas meninas da comunidade ensaiam o ano inteiro, vivem a escola nos bastidores, ajudam a carregar a bandeira nos momentos bons e ruins, é triste ver que a visibilidade do posto mais simbólico da bateria vai para alguém de fora, que não tem ligação com a essência da agremiação", disse.
O internauta ainda comentou que a Beija-Flor de Nilópolis deve ser exaltada porque tem uma rainha como a Lorena Raissa, criada na quadra, com raiz no samba e respeito no olhar de cada ritmista.
"A Mangueira, com a musa Evelyn Bastos, cria do Morro da Mangueira, que honra o verde e rosa com alma. A Portela, que dá espaço real pra comunidade subir no palco da Sapucaí com orgulho. E o Paraíso do Tuiuti, que também sempre valorizou o povo do morro, que carrega a cultura no peito e no tambor. Rainha de Bateria não é vitrine de Instagram, é tradição viva. E quando esse posto vira moeda de troca por engajamento ou marketing, a gente perde um pedaço da alma do Carnaval. Samba é resistência. E quem é de dentro, sente", concluiu.
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