Lula afirmou que governo está agindo de forma séria nas investigações de fraude do INSSReprodução/Youtube

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse nesta terça-feira, 3, que o governo federal agiu de forma séria após detectar os desvios indevidos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Segundo Lula, o Planalto poderia ter feito um "show de pirotecnia", mas preferiu colocar a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) para investigar os casos

"Nós detectamos que tinha um desvio. A gente poderia ter feito um show de pirotecnia como sempre se faz nesse País. Vamos fazer um show de pirotecnia, toda a imprensa dá manchete de jornal. Uma semana depois, todo mundo esquece e o roubo continua", afirmou o presidente, em entrevista coletiva à imprensa na qual abordou diversos assuntos sobre o País.

Lula voltou a dizer que os casos de fraudes no INSS começaram na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo ele, os valores tirados indevidamente serão ressarcidos pelo governo.

"Quem errou vai ser punido. O que vai acontecer? Nós vamos devolver o dinheiro para os aposentados que foram lesados pela quadrilha", disse o presidente.
Juros
Lula negou que tenha poupado a política monetária de críticas apenas porque o atual presidente da autarquia, Gabriel Galípolo, foi indicado por ele ao cargo. O petista disse que a elevação dos juros vista este ano estava "precificada", e afirmou que em breve o BC deve poder reduzir a Selic.

"O que nós estamos conscientes é de que a inflação está controlada, que começou a cair o preço dos alimentos, e eu acho que logo, logo o Banco Central vai tomar a atitude correta de começar a abaixar os juros", disse Lula. "Os juros estão muito altos. Agora, é engraçado porque mesmo juros tanto altos, a economia continua a crescer."

O presidente afirmou ter "100% de confiança" na idoneidade de Galípolo, a quem chamou de "companheiro", e disse acreditar que o chefe do BC vai "dar conta do recado."

Ele afirmou, ainda, a economia tem crescido em parte por causa da oferta de crédito a agricultores e empreendedores, por exemplo.

Lula criticou, ainda, a avaliação de que o crescimento da economia pode levar a um aumento da inflação. "Se para controlar a inflação for preciso ter fome, não é possível a gente aceitar, é preciso encontrar outro jeito para controlar a inflação", disse.

O BC já afirmou que uma desaceleração da atividade faz parte dos mecanismos de transmissão da política monetária.