Máscara cinematográfica semelhante a usada por advogado criminalista em furto de relógios de luxoReprodução

Rio - A máscara de silicone realista usada pelo advogado criminalista Luís Maurício Martins Gualda, de 47 anos, no furto de 14 relógios de luxo em um apart-hotel no bairro Gragoatá, em Niterói, na Região Metropolitana, foi comprada por R$1,8 mil em um site de compras internacionais. Em depoimento, o suspeito afirmou que apagou a conta na plataforma e picotou o objeto, jogando na lixeira orgânica do prédio, logo após cometer o crime.

A informação foi confirmada pelo delegado Luís Henrique Pereira, da 76ªDP (Niterói). Em buscas pelo site usado pelo advogado, é possível localizar máscaras realistas de diversos modelos, com preços variados. Entre elas, há algumas bem parecidas da que foi usada no crime. Veja abaixo:


O crime, cometido em fevereiro, foi flagrado por imagens do circuito interno de segurança do prédio, que mostram Luís – trajando terno e luvas, além de uma máscara realista de silicone que o fazia parecer calvo e dificultava seu reconhecimento – no momento da chegada ao endereço a bordo de um táxi. Na sequência, ele consegue subir ao andar do apartamento pelos os de uso exclusivo de funcionários.

Após arrombar a porta, o advogado fica cerca de 15 minutos no imóvel, entrando e saindo sem ser notado pelo sistema de segurança. Segundo a Polícia Civil, ele deixou o hotel a pé, caminhou cerca de 300 metros e entrou no próprio carro, que havia estacionado próximo ao local horas antes, para fugir. Os relógios furtados são avaliados em cerca de R$90 mil.

Na terça-feira da semana ada (6), policiais cumpriram mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao advogado e no seu escritório. A corporação informou que, no dia seguinte, Luís compareceu à delegacia e confessou o furto, apontando o empresário Alexandre Ceotto André, de 50 anos, como mandante.

Luís confessou ainda que Alexandre mantinha relação de amizade com a vítima, o que o permitiu frequentar o apart hotel e conhecer bem o local, e desconfiava que lá havia cerca de 1 milhão de dólares. Ele sabia também da rotina do dono e que ele estava viajando no dia da invasão. O dinheiro do furto seria repartido entre ambos.

Na terça (13), a Polícia Civil realizou uma operação para cumprimento de mandados de busca e apreensão nos bairros de Icaraí e Itaipu,  em Niterói, tendo o empresário como alvo. No entanto, apenas após o cumprimento das buscas, a 4ª Vara Criminal de Niterói determinou a expedição de mandado de prisão contra Alexandre, que ainda não foi localizado e é considerado foragido.

Alexandre foi candidato a vice-prefeito de Niterói em 2020 e anunciou a sua pré-candidatura à prefeitura em 2024. Quanto a Luís Maurício, o delegado Luiz Henrique Pereira explicou que as investigações se encerraram e que o caso já está com a Justiça, que ainda não expediu este segundo mandado. Os dois foram indiciados por furto qualificado.

Em nota, o advogado Carlos Torres, que representa Alexandre, informou que somente na noite de terça (13) teve o à quase integralidade do material contido no inquérito e, somente nesta quarta (14), irá estudar os meios legais para combater a prisão então decretada, que considera equivocada.
A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Luís Maurício, o espaço está reservado para eventuais manifestações.