Niterói: pediatra alerta para o diagnóstico de APLV (alergia à proteína do leite de vaca)Divulgação
APLV e Amamentação: o que muda na rotina da mãe e do bebê
Pediatra de Niterói destaca que o diagnóstico de APLV não é o fim do mundo — e nem da amamentação
Niterói - Receber o diagnóstico de APLV (alergia à proteína do leite de vaca), que é puramente clínico e não necessita a realização de exames de sangue pode assustar no início, especialmente quando o bebê está sendo amamentado. Mas, segundo o pediatra Claudio Ortega, de Niterói (RJ), é possível seguir oferecendo leite materno, desde que alguns cuidados sejam tomados.
“A primeira coisa que os pais precisam saber é que a amamentação continua sendo segura e recomendada. O leite materno é o melhor alimento para o bebê, mesmo nos casos de APLV”, explica o médico. “O que precisa mudar, nesse caso, é a dieta da mãe.”
Isso porque as proteínas do leite de vaca consumidas pela mulher am para o bebê através do do leite materno. “Se o bebê tem APLV, a mãe precisa retirar completamente leite e derivados da própria alimentação. Não pode ser só diminuir ou evitar de vez em quando — a exclusão precisa ser total para evitar reações, já que a alergia é tipo dependente e não dose dependente.”
E engana-se quem pensa que isso envolve apenas leite, queijo e iogurte. “Há muitos alimentos industrializados que contêm leite na composição, mesmo quando isso não parece óbvio. Por isso, é fundamental ler os rótulos com atenção e, se possível, contar com apoio de um nutricionista”, orienta Ortega.
Ainda assim, ele reforça que a amamentação vale o esforço. “O leite materno traz benefícios que nenhuma fórmula consegue substituir. Além disso, manter o vínculo com a mãe e o conforto da amamentação ajuda o bebê a atravessar esse período com mais tranquilidade.”
Mas e a mãe? Não corre o risco de ficar com carência de nutrientes importantes, como o cálcio? “Pode acontecer, sim. Por isso, é importante fazer um acompanhamento com o pediatra e com um nutricionista. Em muitos casos, indicamos suplementação de cálcio e vitamina D, para manter a saúde da mãe em dia.”
O pediatra destaca que o diagnóstico de APLV não é o fim do mundo — e nem da amamentação. “Com o apoio certo, é totalmente possível adaptar a rotina e manter a amamentação com segurança. A maioria dos bebês com APLV vai superar essa alergia com o tempo, geralmente nos primeiros anos de vida.”
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