É com muito carinho que venho falar sobre o nosso mulherão de hoje: a incrível Dira Paes. Tive a alegria de conhecê-la pessoalmente no início deste ano, quando ela desfilou pela Grande Rio, representando uma das três princesas no enredo “Pororocas Parauaras”.
Celebrar os 40 anos de carreira de Dira Paes é reconhecer a trajetória de uma das artistas mais versáteis e comprometidas do Brasil. Nascida em Abaetetuba, no Pará, Dira iniciou sua jornada artística aos 14 anos, ao ser selecionada para o filme internacional "A Floresta das Esmeraldas" (1985), de John Boorman . Desde então, construiu uma carreira sólida no cinema, teatro e televisão, destacando-se por sua dedicação e talento.
No cinema, Dira participou de mais de 40 produções, incluindo "Amarelo Manga" (2002), "Baixio das Bestas" (2007) e "Dois Filhos de Francisco" (2005) . Na televisão, conquistou o público com personagens marcantes como Solineuza em "A Diarista" (2004-2007) e Norminha em "Caminho das Índias" (2009).
Em 2024, Dira estreou como diretora com o longa-metragem "Pasárgada", no qual também atuou e roteirizou. O filme aborda a história de uma ornitóloga isolada na Mata Atlântica, refletindo sobre a conexão entre humanidade e natureza . A produção foi exibida no Festival de Gramado, onde recebeu o prêmio de Melhor Desenho de Som.
Em reconhecimento à sua contribuição para o audiovisual brasileiro, Dira foi homenageada na 27ª edição do Festival de Cinema Brasileiro de Paris, recebendo o Troféu Jangada. Durante o evento, foram exibidos cinco filmes que marcaram sua carreira, incluindo "Pasárgada" .
Além de sua atuação artística, Dira é conhecida por seu engajamento em causas sociais, sendo uma das fundadoras da ONG Movimento Humanos Direitos (MHuD), que atua em defesa dos direitos humanos .
Preconceitos por ser nortista
A atriz comentou recentemente sobre o preconceito que enfrentou no início de sua carreira. “Existe uma xenofobia absurda no Brasil. Como amazonida, tenho propriedade para falar sobre isso”, declarou. “Aos 17 anos, depois de participar do meu primeiro filme, cheguei ao Rio de Janeiro e, nas primeiras entrevistas, as pessoas se surpreendiam porque eu falava muito bem”, relatou ela em um vídeo compartilhado no perfil Cine.
"O norte do Brasil é sempre visto como um lugar quase a parte das nossas políticas públicas. Porque primeiro que o Estado não consegui chegar nessas dimensões amazônidas. Não consegue nem chegar nas dimensões do Centro-Oeste, quiça na Amazônia", revela Dira Paes, um verdadeiro mulherão em sua representatividade no país.
Como nordestina, compartilho com Dira a luta contra o preconceito e a xenofobia. Sua trajetória, tanto na vida quanto na carreira, é linda e inspiradora para todas nós. Ela venceu todas as barreiras e preconceitos, se consolidando como uma atriz vitoriosa, premiada e com uma carreira brilhante!
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