PedrocaReprodução/Instagram

Rio - Fenômeno nas redes sociais, o humorista paraense Pedroca usou sua voz para levantar uma pauta sensível e necessária: o preconceito enfrentado por artistas do Norte do Brasil — em especial os comediantes que, como ele, carregam o sotaque, os costumes e o jeito único do Pará.

Em entrevista, Pedroca abriu o coração sobre os obstáculos enfrentados ao longo da carreira. “Muita gente escuta meu sotaque e já decide que não vou ser engraçado. Como se só quem é do Sul ou do Sudeste pudesse fazer humor de qualidade”, desabafa.
Natural de Itaituba e criado em Marabá, o influenciador viralizou nas redes sociais com esquetes que retratam o cotidiano com irreverência, leveza e um toque regional que é sua marca registrada. Apesar do sucesso — são 3,3 milhões de seguidores no Instagram, 6,8 milhões no TikTok, 2 milhões no Kwai e 1 milhão no Facebook — ele ainda se depara com comentários preconceituosos.

“O preconceito é velado, mas existe. Já me falaram que eu precisava ‘neutralizar’ o sotaque se quisesse crescer, que devia ‘falar mais limpo’. Mas por que eu teria que esconder de onde eu vim pra ser aceito?”, questiona.
Com autenticidade, Pedroca escolheu trilhar o caminho contrário: exaltar suas raízes. “O Pará é cultura, é riso, é talento. O nosso jeito de contar história é rico. E eu tenho muito orgulho de levar isso comigo, de mostrar que o Norte também faz o Brasil rir”, afirma.

O comediante acredita que, além de entreter, seu trabalho também é sobre abrir portas e ampliar vozes. “O meu sonho é que as próximas gerações de humoristas paraenses não tenham que se provar o tempo todo. Que elas sejam respeitadas desde o primeiro vídeo, desde a primeira piada.”

Hoje, com o nome em alta e colhendo os frutos de sua persistência, o famoso segue firme no propósito de representar o Norte com orgulho — e de mostrar que o talento para fazer rir não tem CEP.