Ministra da Cultura critica penalização e reforça o papel do samba na resistência culturalValter Campanato/Agência Brasil

Rio - A Ministra da Cultura, Margareth Menezes, manifestou-se neste sábado (8) contra a penalização sofrida pela Unidos de Padre Miguel, que perdeu pontos devido ao "excesso de termos em iorubá" em seu samba-enredo Egbé Iyá Nassô. Margareth classificou a decisão como "inaceitável" e um desrespeito à ancestralidade afro-brasileira.

"O iorubá é uma das línguas que formam nossa cultura, está na raiz do samba, nas religiões de matriz africana, na história do Brasil", afirmou a ministra, via X. Ela ressaltou que a perda dos pontos representa não apenas um erro de julgamento, mas uma falta de respeito à história cultural do país.

A líder do Afropop Brasileiro declarou o seu apoio à escola da Zona Oeste e à todas as outras que levam a cultura afro-brasileira para a avenida.

Polêmica na avaliação

A controvérsia teve início quando a jurada Ana Paula Fernandes descontou 0,1 ponto da Unidos de Padre Miguel, justificando que "há trechos de difícil entendimento devido ao excesso de termos em iorubá" no samba-enredo da escola.

Em resposta, a UPM disse que "o resultado do julgamento é inaceitável e não condiz com o que apresentamos na Avenida". A agremiação apresentou, nesta sexta-feira (7), um pedido de recurso na Liesa.