Defesa de Carla Zambelli recorre condenação de 10 anos de prisãoLula Marques/ Agência Brasil

Brasília - A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu, nesta terça-feira (3), a prisão preventiva da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). A parlamentar anunciou que deixou o Brasil e está nos Estados Unidos. Entretanto, ela deve viajar para a Europa em breve para se submeter a tratamento médico e se licenciará do mandato.
Em maio, o Supremo condenou Zambelli a dez anos de prisão por conta da empreitada contra o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), para a qual contratou o hacker Walter Delgatti, que pegou uma pena um pouco menor, de oito anos e três meses.
Além do cárcere, a deputada também perderia o seu mandato. A votação da Corte foi unânime para condená-la. No paralelo a essa situação, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) também a condenou à inelegibilidade.

Depois que a condenação do STF foi confirmada por todos os ministros, a parlamentar apresentou um "dossiê" que, em tese, comprovaria a sua inocência. A defesa da deputada também apresentou um recurso contra a decisão da Primeira Turma do Supremo para reverter a sua prisão.
No recurso, a defesa pede a absolvição da deputada e afirma que houve cerceamento de defesa pela falta de o a todas as provas produzidas durante a investigação. Os advogados também contestaram a condenação de Zambelli ao pagamento de R$ 2 milhões em danos coletivos.
Eleições
Carla Zambelli responde a outro processo criminal no STF. Em agosto de 2023, a deputada virou ré no Supremo pelo episódio em que ela sacou uma arma de fogo e perseguiu o jornalista Luan Araújo às vésperas do segundo turno das eleições de 2022.

A perseguição começou após a parlamentar e Luan trocarem provocações durante um ato político no bairro dos Jardins, em São Paulo. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) já afirmou que considera a deputada a principal culpada pelo fracasso nas urnas em 2022.

Até o momento, o Supremo registra placar de 6 votos a 0 para condenar a parlamentar a 5 anos e 3 meses de prisão em regime semiaberto. No entanto, um pedido de vista do ministro Nunes Marques adiou a conclusão do julgamento.