Vacinação é a melhor forma de prevenir a doença, afirma especialistaGoverno Federal
Publicado 28/05/2025 13:20
Rio - O aumento dos casos associados à Influenza (H1N1) acende um alerta para a baixa cobertura vacinal no estado do Rio, que atingiu apenas 17,7% do público alvo. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES), até a última sexta-feira (23), foram notificadas 6.068 internações e 468 óbitos por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).
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Ao DIA, o infectologista José Pozza Junior, esclarece que o número alarmante de casos está diretamente relacionado com a baixa procura da vacina.
"Essa é uma vacina que é desenvolvida e a composição dela é alterada todo ano, porque a ideia de fazer essa imunização é proteger a população contra as principais doenças que circularam no ano anterior, os principais vírus. Então, é uma vacina que está sempre atualizada para tentar fazer uma proteção da melhor forma possível para os anos seguintes. A partir do momento que você tem uma população que não se vacina, você deixa um número grande de pessoas suscetíveis à infecção por esses vírus", disse.
Pozza ressaltou, ainda, que com a proximidade do inverno, em 20 de junho, e dias mais frios, as pessoas ficam mais confinadas, por isso o risco de transmissão de doenças respiratórias em geral é maior.
"Para prevenir, além da imunização que é o principal mecanismo, a gente tem aquelas medidas de controle para transmissão de doença respiratória em geral que é fazer diagnóstico precoce, isolamento das pessoas confirmadas, dependendo de qual vírus que elas tenham é melhor manter ambientes arejados, e aqueles sintomáticos devem se proteger com máscara", frisou.
Atualizado semanalmente, o novo panorama de monitoramento mostra que, em 2025, o padrão de internações segue parecido com o que foi registrado em 2024. No entanto, ao analisar a semana epidemiológica 20, que vai dos dias 11 ao dia 17 de maio, estima-se que tenham ocorrido 658 internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).
Em março, o registrou uma média de 12 internações semanais no período que compreende a 9ª e 13ª semana epidemiológica. Em abril, a média semanal subiu para 46 internações, registrando um aumento de 283% em relação ao mês anterior. Até 23 de maio, a média semanal chegou a 85 internações, representando um aumento de 85% em relação a abril.
Segundo a Fiocruz, o Rio de Janeiro está entre os estados com o crescimento expressivo de casos, em níveis de incidência de moderado a muito alto, em relação ao relação à e Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por Vírus Sincicial Respiratório (VSR).

Até a SE 20, 16 das 27 capitais, entre elas o Rio, apresentaram nível de atividade de SRAG em alerta, risco ou alto risco (últimas duas semanas), com sinal de crescimento na tendência de longo prazo.
Panorama de dados
A Secretaria de Estado de Saúde vai voltar a publicar panorama semanal sobre Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag). O anúncio foi feito nesta terça (28).
De acordo com a superintendente de Informação Estratégica de Vigilância em Saúde da SES, Luciane Velasque, explica que o panorama da SRAG utiliza o diagrama de controle, ferramenta estatística que, com base em dados dos últimos dez anos, define limites esperados de casos para cada período do ano e permite identificar desvios fora do padrão. Já o modelo de nowcasting estima o número de casos que ainda não foram registrados no sistema devido a atrasos na notificação.
Internações de crianças e idosos também cresceu
O também mostrou que, a partir de fevereiro de 2025, as internações por SRAG atingiram um número expressivo de crianças de até 9 anos com destaque para a faixa etária de 1 a 4 anos. Os exames laboratoriais mostram que os vírus mais comuns encontrados nesta faixa etária foram os vírus sincicial respiratório e o rinovírus.
Entre os idosos a partir dos 60 anos, o vírus mais detectado foi o SARS-COV-2. A partir do final do mês de março, 13ª semana epidemiológica, o Influenza ou a ser detectado com mais frequência entre os idosos.
Vacinação evita agravamento dos casos
A Secretária de Estado de Saúde, Claudia Mello, ressalta que a vacinação contra Influenza está disponível nos postos de saúde de todo o estado desde 2 de abril.
"O Rio de Janeiro saiu na frente e começou a vacinar o público-alvo na *primeira semana de abril* porque sabemos que os vírus respiratórios são sazonais, então, precisamos estar protegidos contra a doença antes do outono. Apesar disso, nossa cobertura está muito abaixo do esperado. É fundamental que idosos, crianças, gestantes e puérperas sejam imunizados o quanto antes porque a vacina reduz os riscos de agravamento da doença", enfatiza a secretária.

Quem é o público-alvo da vacinação?
Apesar de estar liberada para toda a população a partir de 6 meses de idade, o público-alvo da vacinação contra a influenza são as crianças de seis meses a menores de 6 anos de idade (cinco anos, 11 meses e 29 dias), gestantes, puérperas (mulheres com até 45 dias após o parto), pessoas com 60 anos de idade ou mais, povos indígenas, quilombolas e pessoas em situação de rua.

Também fazem parte do público-alvo, trabalhadores da saúde, professores do ensino básico e superior, profissionais de segurança e salvamento, das Forças Armadas, e pessoas com deficiências permanentes.
Além disso, caminhoneiros, trabalhadores de transporte coletivo rodoviário, trabalhadores portuários, trabalhadores dos Correios, a população privada de liberdade e funcionários do sistema de privação de liberdade também fazem parte do grupo a ser imunizado. Também poderão receber a vacina os adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas.
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