O hair stylist Olivier Costa quer suas clientes lindas por fora e por dentroArquivo pessoal

Rio - Engana-se quem pensa que o mês de maio é somente dedicado às mamães de plantão, sejam elas de verdade, do coração, de pets e agora até de bebês reborns. O fato que é o Maio Verde, com culminância no dia 28, Dia Internacional da Luta pela Saúde da Mulher, existe para lembrar cada vez mais da importância de se cuidar sempre, e de forma integral: do físico, mental e emocional. Mais do que consultas de rotina, exames preventivos e alimentação equilibrada, a proposta do movimento é incentivar uma reconexão com o próprio corpo e com os pequenos rituais que fortalecem o bem-estar físico, mental e emocional.Para muitas mulheres, cuidar de si ainda é visto como luxo ou vaidade. Mas os especialistas reforçam: é uma questão de saúde e qualidade de vida. "A saúde íntima, por exemplo, está diretamente ligada à autoestima, ao bem-estar e à autonomia da mulher. Consultar-se com regularidade, fazer exames de rotina e conversar abertamente sobre o ciclo menstrual, libido e alterações hormonais são atitudes de autocuidado de autoconhecimento", afirma a ginecologista Bruna Begossi.
A também ginecologista Karla Mazzini explica que a saúde ginecológica está ligada aos hábitos de vida. "Uma alimentação equilibrada, rica em fibras, vegetais, frutas e gorduras boas, ajuda a manter o equilíbrio hormonal, a saúde do intestino e o sistema imunológico. Evitar alimentos ultraprocessados, açúcar em excesso e bebidas alcoólicas também contribui para a prevenção de doenças como candidíase, síndrome dos ovários policísticos e até alguns tipos de câncer ginecológico".
A atividade física é necessária. "O exercício reduz inflamações, melhora a circulação pélvica, ajuda a controlar o peso e o estresse , fatores que influenciam diretamente na saúde do útero e ovários". A especialista fala sobre a importância de um acompanhamento ginecológico, principalmente para as mulheres das classes menos favorecidas.
"A conscientização precisa ir além dos consultórios. Começa nas escolas, nas igrejas, nas comunidades e atualmente nas redes sociais. É essencial investir em campanhas educativas com linguagem ível, lideradas por profissionais que compreendam a realidade dessas mulheres. A inclusão de lideranças comunitárias e agentes de saúde nas ações educativas também é fundamental. Quando a informação chega de forma empática e contextualizada, ela transforma. Mostrar que o cuidado com o corpo é um ato de amor-próprio e não um luxo, ajuda a romper barreiras", acrescentando ser necessário humanizar o atendimento. Apesar de estarmos no século XXI, muitas sentem medo ou vergonha.
"É preciso humanizar o atendimento. Profissionais capacitados, que saibam acolher sem julgamento, fazem toda a diferença. Oferecer espaços privados, com respeito à individualidade e à dignidade da mulher, também ajuda a reduzir o constrangimento. Outra estratégia importante é a educação: quanto mais a mulher entende seu corpo, seus ciclos e os benefícios do cuidado preventivo, menos medo e vergonha ela sente. Criar ambientes onde o diálogo sobre saúde íntima seja natural e sem tabu é um o essencial para vencer essa resistência.
Outro pilar essencial para a saúde feminina é a alimentação. Segundo a nutróloga Gabriela Rossmam Teixeira da Costa, o padrão alimentar influencia diretamente nos hormônios, no humor e até na resposta imunológica. "A alimentação da mulher deve ser adaptada de acordo com cada fase da vida, da menarca à menopausa. Cuidar do intestino, consumir alimentos anti-inflamatórios e priorizar vitaminas como D, B12 e ferro fazem toda a diferença no equilíbrio hormonal e na prevenção de doenças", explica.

Ozonioterapia – uma prática que vem agradando

Especialista em saúde integrativa, Gilvania Silva, dona de uma clínica em Ipanema que leva o seu nome, fala sobre os benefícios de se ver a pessoa como um todo. "A saúde integrativa é uma abordagem que considera o ser humano em sua totalidade — corpo, mente e espírito — unindo práticas da medicina convencional com terapias complementares e alternativas baseadas em evidências. Em vez de tratar apenas os sintomas de uma doença, essa abordagem busca identificar e tratar suas causas profundas, promovendo o equilíbrio e o bem-estar geral do indivíduo", diz ela, acrescentando que a ozonioterapia é um cuidado a mais para a saúde da mulher.

Gilvania fala um pouco mais sobre a prática. "A ozonioterapia é um tratamento terapêutico que utiliza uma mistura de oxigênio e ozônio medicinal para promover saúde, equilíbrio e bem-estar. Essa técnica tem se destacado cada vez mais na área da saúde feminina, por ser natural, segura (quando aplicada corretamente) e com múltiplos benefícios. O ozônio possui ação anti-inflamatória, analgésica, antioxidante e antimicrobiana e também pode ser utilizado na cicatrização e pós-operatórios pois acelera o processo de recuperação em cirurgias ginecológicas e estéticas".

A saúde integral também a pelos fios. Para Tatiana Araújo, empresária, cabeleireira e terapeuta capilar, o cuidado com os cabelos vai além da estética. "Quando uma mulher cuida do seu cabelo, ela está resgatando a própria identidade, expressando força e respeito por sua história. O toque no couro cabeludo durante um tratamento, o tempo reservado para si… tudo isso ativa a autoestima e contribui para a saúde emocional. É terapia em forma de beleza", destaca.

Uma ode à leveza

O hair style e visagista Olivier Costa, do salão Casa Divo, na Penha, acredita que se cuidar por fora é muito importante, mas que é necessário ter mais leveza no decorrer da vida. "A gente precisa buscar ser mais leve. Isso é uma questão principal porque o tempo vai ando muito rápido. E às vezes, no decorrer da vida, as pessoas têm aproveitado pouco o tempo. E é preciso aproveitar o tempo. E aceitar algumas condições também", diz ele, que fala um pouco sobre visagismo. "Somos assimétricos. Nós não somos perfeitos. E no parâmetro estético, por exemplo, as mulheres convivem com o frizz. Acho que é muito importante se cuidar porque parece que a gente alivia um pouco a nossa olhada no espelho. Mas também é importante se conectar com si mesmo, entendendo algumas demandas do tempo, pois a".
Há mais de 30 anos na área, o profissional afirma que às vezes a mulher quer ter um cabelo grande e não combina com o rosto dela. "Você tenta também harmonizar o cabelo com o rosto da pessoa. Aí nós entramos com o visagismo. Ele é muito importante para poder entender as assimetrias. Tem gente que tem a testa maior.Tem gente que tem a bochecha acentuada ou o rosto oval. As pessoas não são iguais. Mas a beleza, ela é bonita, dependendo dos olhos de quem vê. Porque se fosse assim ninguém casaria’’, diz ele - risos -, Então, a questão do visagismo, eu acho muito importante pra pessoa sempre entender o seu melhor lado", diz Olivier, afirmando que um dia inteiro no salão de beleza faz bem a qualquer mulher.
"Atualmente ela é dona de casa, empresária, cuida de filhos, trabalha fora, tem duas, três funções dentro da família. Quando ela olha no espelho, fala – preciso ir ao salão. E eu sou muito observador. Vejo o respirar diferente, porque às vezes o respiro é um sorriso. É verdade. Porque a pessoa respira melhor. A pessoa olha e fala assim, nossa, eu consegui fazer, eu estou melhor. A nossa aparência realmente conta muito para todo mundo. Essa é a verdade. Mas quero frisar também que há casos em que o visual está impecável, mas se a mulher não estiver bem, nada cai bem”.

Música é remédio para a alma

E a leveza de que Olivier Costa fala vem de encontro ao cantor e compositor Amarildo Silva, que fará o show Cantos de Minas, no Teatro Brigitte Blair, no dia 1 de junho, às 20h, em Copacabana. "Acho que a música, como uma das mais importantes formas de cultura e de artes, contribui fundamentalmente para a saúde mental de todas as pessoas e em particular das mulheres. Porque dentro de uma sociedade patriarcal e machista, elas são vítimas cotidianas de violências físicas e mentais’’, diz ele, um grande irador do sexo feminino.
"Tanto nos meus shows presenciais, como também nas lives que eu faço semanalmente e nos vídeos que eu posto no meu canal do YouTube, a presença feminina é majoritária. Em likes, em comentários e nas conversas com quem acompanha minha trajetória musical que já tem 30 anos, elas comentam muito a beleza da poesia da minha música. Eu acho que a poesia toca muito esse público feminino", afirma Amarildo Silva.

Terapia se faz necessária

De acordo com a psicóloga Claudia Melo, a saúde mental e a autoestima estão entrelaçadas na vida das mulheres. "Quando uma mulher começa a cuidar da mente, ela se reconecta com quem é de verdade, além das cobranças, dos papéis e das comparações. A autoestima não nasce de fora, nem vem pronta ela se constrói no processo de se perceber com mais gentileza".
Para a profissional, a terapia é, muitas vezes, o primeiro lugar onde a mulher pode respirar sem precisar se provar. "É um espaço onde ela pode desmontar sem medo de ser julgada e, aos poucos, se reencontrar. Cuidados com a saúde mental são convites ao recomeço: no silêncio, no autocuidado, nas relações que nutrem. Terapia, para mim, é como uma travessia onde a mulher aprende a se escutar com mais coragem e a dizer sim para a própria vida, mesmo quando ela não é leve. Quando cuidamos da mente, o corpo agradece, os vínculos melhoram e a vida, aos poucos, se alinha com o que faz sentido".
Especialista em saúde mental no ambiente corporativo, Cyntia Freitas, fala que a mulher precisa se cuidar como um todo. "Como advogada e psicanalista clínica, acredito que o cuidado com o bem-estar emocional das mulheres é tão importante quanto com a saúde física. Por isto, atuo no desenvolvimento de planos de saúde mental. Neste mês Internacional de Luta pela Saúde da Mulher, é preciso dar apoio e e direto às mulheres que são profissionais, esposas, mães, e, no mundo atual, têm a rotina cada vez desgastante física e psicologicamente”, declarou
Cuidar-se para ter autoestima e autoconfiança
A analista de marketing Gabriela Barbosa também acha que todas as mulheres devem se cuidar. "Para mim, é essencial o autocuidado. Cuidar da saúde física e mental faz toda a diferença na vida da mulher. E na minha visão isso está diretamente ligado com a autoestima. Quando nos sentimos confiantes com a nossa aparência, cuidar da saúde é prazeroso, temos alegria em viver, parece que tudo flui na nossa vida.
Eu sempre fui vaidosa e acredito que isso sempre estimulou minha autoconfiança. Eu sempre tento dedicar um tempinho para me cuidar. Nem que seja ar um hidratante no corpo antes de dormir".
Cirurgiã Plástica Palpebral Erika Pires cuida do corpo e da mente."Por estar na área da saúde, sei o quanto é essencial manter uma rotina de autocuidado. Não é só sobre estética, é sobre bem-estar e prevenção. Faço meus exames regularmente, vou ao salão, cuido da pele e da mente. Saúde e vaidade andam juntas, e isso reflete em como me sinto todos os dias".
Veja como fazer caso precise acionar a justiça em caso de doenças e em outros
Muitas dúvidas das mulheres também são em relação a problemas jurídicos. A advogada Bruna Kusumoto respondeu a alguma delas para o jornal O DIA.

O DIA: Como garantir o cumprimento de prazos para cirurgias urgentes em mulheres?
Bruna Kusumoto: A garantia de cirurgias urgentes pelo SUS não depende apenas da urgência médica, depende também de ação jurídica célere e bem instruída. Quando uma mulher enfrenta um quadro que exige cirurgia com risco à saúde física ou mental (ex: miomas hemorrágicos, câncer ginecológico, histerectomia de urgência), o primeiro o é produzir prova da necessidade e da demora indevida. Como? É essencial reunir: laudos médicos com CID (código da doença) e descrição do risco de agravamento sem a cirurgia; comprovante de pedido no SUS, seja protocolo da unidade de saúde ou do sistema SISREG; relatos por escrito, protocolos de atendimento e mensagens que demonstrem a espera.
Com esses documentos, a paciente (ou um familiar) pode ingressar com uma ação judicial com pedido de tutela de urgência. Isso pode ser feito com apoio da Defensoria Pública, que atua gratuitamente, ou por advogado particular. A ação tramita na Vara da Fazenda Pública e, com base nos artigos 300 e 303 do Código de Processo Civil, pode obter uma liminar determinando o imediato agendamento da cirurgia, sob pena de multa diária à Secretaria de Saúde. Inclusive, se houver omissão prolongada, é possível acionar também o Ministério Público, com base no artigo 129, inciso III da Constituição Federal, pedindo a apuração de responsabilidade istrativa.

O DIA: Quais medidas poderiam melhorar a eficiência do SUS no atendimento à saúde feminina?
Bruna Kusumoto: Como advogada, percebo que a ineficiência do SUS no atendimento à mulher tem três raízes jurídicas claras: ausência de controle de filas, desrespeito à prioridade médica e invisibilização da dor feminina. Para enfrentar isso, proponho:
- Adoção de protocolos públicos de prioridades ginecológicas, como já existe na oncologia e obstetrícia. Isso força o gestor público a obedecer a critérios médicos e reduz decisões políticas ou aleatórias.
- Fiscalização judicial das listas de espera. Poucas mulheres sabem, mas é possível judicializar a lista de espera do SUS, com base na Lei nº 12.527/2011 (Lei de o à Informação), obrigando o município ou estado a divulgar a ordem de atendimento e os prazos previstos. Se o órgão se negar, cabe mandado de segurança coletivo por entidades femininas, inclusive ONGs ou defensorias.
- Formação continuada obrigatória para médicos da atenção primária sobre saúde integral da mulher. Já vi casos em que dores crônicas de endometriose foram tratadas como “frescura”, retardando anos o diagnóstico. A negligência institucional também pode configurar violação de direitos humanos, cabendo denúncia internacional em casos graves e reincidentes (por exemplo, via Comissão Interamericana de Direitos Humanos).

Para aprimorar a saúde feminina no SUS, é fundamental fortalecer a Atenção Primária, centrada nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), que representam a porta de entrada preferencial do sistema. Isso implica não apenas em equipar melhor essas unidades com infraestrutura e insumos adequados (como equipamentos para exames ginecológicos básicos, kits para coleta de Pap smear, e materiais educativos), mas também em garantir a capacitação contínua dos profissionais de saúde.
O treinamento deve abranger temas essenciais como a implementação de protocolos de planejamento familiar, a realização e interpretação de exames preventivos (como o rastreamento do câncer de colo de útero e a solicitação de mamografias conforme as diretrizes etárias), o acompanhamento pré-natal de qualidade, e a abordagem integral da saúde mental da mulher, incluindo a identificação e manejo de situações de violência.

A incorporação e o uso estratégico de tecnologia podem revolucionar o o e a qualidade do atendimento. Ferramentas como o aplicativo "Meu SUS Digital" podem ser aprimoradas para facilitar o agendamento de consultas e exames, o o seguro a resultados e ao histórico de saúde. A implementação e integração de prontuários eletrônicos (Electronic Health Records - EHRs) em toda a rede SUS permitem que os profissionais tenham uma visão completa do histórico clínico da paciente, promovendo a continuidade do cuidado, evitando a duplicação de exames e otimizando as decisões clínicas.

O DIA: Como facilitar o o jurídico para mulheres de baixa renda?
Bruna Kusumoto: O o à Justiça começa com a quebra da ideia de que 'não vale a pena correr atrás'. Muitas mulheres acreditam que não têm como comprovar o que am, mas têm. O segredo está em ensinar como produzir provas simples, mas válidas. Exemplos: rints de mensagens, fotos de filas, gravações de atendimentos desrespeitosos e até relatos escritos com datas e locais são aceitos judicialmente, desde que autenticados e contextualizados.

A Defensoria Pública oferece assistência jurídica integral e gratuita a pessoas que não possuem recursos financeiros para contratar um advogado particular, baseando-se na avaliação da renda familiar líquida, patrimônio e despesas essenciais mensais. O critério de elegibilidade geralmente estabelece um limite de renda familiar de até três salários-mínimos. Contudo, este limite pode ser flexibilizado e elevado para até quatro salários-mínimos em situações específicas que impactam a capacidade financeira da família, tais como núcleos familiares numerosos, existência de gastos extraordinários com saúde (tratamentos contínuos, medicamentos de alto custo não cobertos), ou a presença de pessoas com deficiência ou idosos dependentes no grupo familiar. Adicionalmente, a atuação da Defensoria Pública abrange casos de alta vulnerabilidade ou de natureza específica, como situações de violência doméstica e familiar, defesa em processos criminais (onde a defesa técnica é obrigatória), e a atuação como curador especial em processos judiciais, independentemente da comprovação de renda do assistido.

A Defensoria Pública do Estado (DPE) desempenha um papel crucial na garantia do o a serviços de saúde, incluindo o fornecimento de medicamentos, insumos e a realização de procedimentos médicos, especialmente quando há negativa de atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Após a negativa istrativa (via SUS), a DPE pode intervir de diversas formas. Inicialmente, busca-se a resolução extrajudicial, que envolve a tentativa de solucionar a demanda por meios istrativos, como o envio de ofícios e requisições formais aos órgãos gestores de saúde (Secretarias de Saúde Estadual ou Municipal) para que cumpram a obrigação legal de fornecer o tratamento ou medicamento. Caso a via istrativa não seja eficaz ou a urgência do caso exija, a DPE ingressa com medidas judiciais, como ações de obrigação de fazer ou Mandados de Segurança, buscando uma decisão judicial que determine o fornecimento imediato do que foi negado.

Em casos de negligência médica, relatórios do SUS (ex.: do Prontuário Eletrônico do Cidadão) podem ser solicitados com base no artigo 6º da Lei de o à Informação, mesmo por mulheres sem advogado.

Além disso, o atendimento pela Defensoria Pública deve ser mais bem divulgado. A mulher não precisa esperar uma situação extrema para buscar esse apoio. Em diversos estados, como Rio de Janeiro e São Paulo, há núcleos especializados em saúde e direitos da mulher. Basta apresentar: RG, F e comprovante de renda (pode ser verbal em casos sem formalização), Provas do caso (mesmo que simples), e , se possível, algum laudo ou relato médico.
É fundamental também que o Judiciário amplie a prática do "ofício humanizado", ou seja, magistrados e servidores preparados para lidar com relatos de mulheres com empatia e senso de urgência — algo que, infelizmente, ainda é exceção. Por fim, acredito que parcerias entre entidades jurídicas e movimentos de mulheres são a ponte mais efetiva para facilitar esse o. Já participei de ações conjuntas em comunidades carentes onde, em um único dia, dezenas de mulheres conseguiram iniciar processos que há anos eram considerados "causas perdidas’’.