Vini Jr afirma que temeu por sua vida após simulação de enforcamento com boneco

Rio - Em depoimento nesta segunda-feira, o atacante Vini Jr, de 24 anos, afirmou que temeu por sua vida e também por seus familiares, quando torcedores do Atlético de Madrid penduraram um boneco com sua camisa, simulando um enforcamento, antes de um clássico com o Real, em 2023. O brasileiro afirmou que tal ato foi motivado por racismo.

"Foi um dia muito triste para mim. Eu não sabia o que ele (o boneco pendurado) queria dizer, se eu e minha família estávamos em perigo", disse de acordo com a agência de notícias EFE.

O depoimento de Vini Jr, que ocorreu por videoconferência, fez parte do julgamento de quatro homens que foram presos como suspeitos. Ele será usado como prova na audiência do Tribunal Provincial de Madri, que começa no dia 16 de junho. O depoimento foi tomado com antecedência já que o jogador estará na Copa do Mundo de Clubes com o Real Madrid neste período.

O processo vai correr no Tribunal de Instrução nº 28 de Madri, e a acusação é de crime contra os direitos fundamentais e as liberdades públicas na forma de um crime contra a dignidade, a integridade moral e de ameaça incondicional. As acusações foram apresentadas pelo Ministério Público, pela Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) e pela Liga Nacional de Futebol Profissional. O MP pede quatro anos de prisão e uma indenização solidária de seis mil euros (cerca de R$ 38.400) pelos danos morais causados ao jogador.

Relembre o caso

No dia 26 de janeiro de 2023, torcedores do Atlético de Madrid colocaram um boneco com a camisa de Vini Jr, pendurado pelo pescoço em uma ponte na capital espanhola, simulando enforcamento. Acima, estenderam uma faixa com a frase "Madri odeia o Real", lema da torcida organizada do Atlético de Madrid.

O Ministério Público identificou, na época, que os responsáveis pelo ato eram integrantes do grupo Frente Atlético, tinham 19, 21, 23 e 24 anos e já haviam sido identificados em partidas classificadas como de alto risco.

O Real Madrid agradeceu as mensagens de preocupação depois do ato "lamentável e repugnante de racismo, xenofobia e ódio" e disse que aqueles tipos de agressões "não podem ter lugar numa sociedade como a nossa".

O Atlético condenou o ato de racismo feito por seus torcedores e garantiu que "a rivalidade entre os dois clubes é máxima, mas também o respeito". A LaLiga, a Federação Espanhola e outras entidades também repudiaram o ocorrido.