Publicado 08/06/2025 05:00
Rio - Cria de Campo Grande, na Zona Oeste, Yan é considerado o novo fenômeno do pagode. Com mais de 27 milhões de visualizações no Youtube e uma média de dois milhões de plays no Spotify, o artista iniciou a trajetória musical cantando na igreja. Mas foi em 2020 que decidiu usar o talento como profissão. Ao MEIA HORA, o cantor comenta os vídeos viralizados nas redes sociais, fala sobre sucesso de seu primeiro audiovisual "Pagodyando" e demonstra empolgação com turnê internacional. Confira!
Publicidade- Como a sua relação com a música começou?
Comecei na pandemia, de fato. Meu pai é pastor, então eu cantei gospel a vida toda na igreja, mas tinha esse desejo de cantar pagode e profissionalizar a coisa… tratar como carreira. Comecei a subir um vídeo por dia na internet e começou a viralizar, veio convite para participar de grupos, eventos. Eu tinha uns 1.800 seguidores, eu comecei com o pagode na internet, depois ei a conhecer a rua.
- Qual o conselho que você dá para quem está começando?
- Qual o conselho que você dá para quem está começando?
Tem que arregaçar a manga e construir. Ser estratégico com seu sonho, entender que o seu trabalho não é só cantar, você tem que dormir e acordar pensando como uma empresa. Às vezes, é muito mais importante o artista conectar com o público, do que estar ali cantando. Numa troca, um olhar, uma comunicação, você ganha a galera. Nunca pensei em desistir, ao contrário, sempre cantei pagode e a galera falava que não ia para frente, que não era legal... eu sempre ouvi o que tinham para falar e lapidei, mas, desistir, nunca.
- Seu primeiro projeto, o "Pagodyando", é um sucesso e contou com participações com colaborações com nomes como Suel, Di Propósito, Gamadinho, Marvvila e mais. Deu tão certo que virou uma festa. Você se surpreendeu com essa boa aceitação do público? Como foi a ideia desse primeiro audiovisual?
Eu sou de Campo Grande, no Rio de Janeiro, o mesmo bairro do Ferrugem (risos). Fiz um pagode durante dois anos no Rio, no Tuiuti, ali era meu laboratório. Meu primeiro audiovisual, o 'Pagodyando', foi o show que eu apresentava lá, porque eu testava os blocos, as músicas que o pessoal gostava ou não. Então, comecei a fazer muito show e a galera foi abraçando aqui no Rio, cantando alto, divulgando, acabei virando referência.
O 'Pagodyando' acabou virando uma label, inclusive teremos um 'Pagodyando', dia 14, na Ilha do Itanhangá, aqui no Rio, será sensacional e posso adiantar que tem convidados. Esse formato de label é maneiro, porque a galera consegue levar a família, filhos, é muito maneiro.
O 'Pagodyando' acabou virando uma label, inclusive teremos um 'Pagodyando', dia 14, na Ilha do Itanhangá, aqui no Rio, será sensacional e posso adiantar que tem convidados. Esse formato de label é maneiro, porque a galera consegue levar a família, filhos, é muito maneiro.
- Quais mudanças que você sente no cenário do pagode, Yan?
Tudo, acho que tudo mudou com a era das redes sociais. A galera hoje consegue ganhar um pouco melhor que a galera de anos atrás, a velocidade não se compara. O mundo atual é 'consumir números expressivos', lógico que me preocupo com isso também, mas tenho contato com a rua, então vejo o resultado na hora... aquilo que a galera está cantando. O importante para a gente que está na rua é a conexão que as pessoas realmente demonstram ali com as músicas. O nosso termômetro continua sendo a rua.
- Como é para você ser considerado o novo fenômeno do pagode. Como é ter o trabalho reconhecido pelos mais jovens e até mesmo pelas crianças?
Hoje, com a ascensão do rap e trap, os ídolos das crianças aram a ser desse gênero. Agora fico animadão em ser uma referência para essa criançada que está começando a descobrir o pagode. Eu não posso me desconectar disso, desse público que está apostando de alguma forma no pagode.
- Como é feita a escolha de seu repertório? A música "Fica com Deus", por exemplo, conquistou o TOP 50 viral do Spotify.
Eu gosto de pedir coisas diferentes que ninguém acreditou, ninguém entendeu, sabe? Para ouvir e tentar sair do comum. No primeiro "Pagodyando" coloquei a música "Ela", do Sorriso Maroto, logo depois o Sorriso lançou ela com o Ferrugem. Acredito muito nas minhas músicas inéditas, mas, no meu projeto, pensei em colocar regravações de coisas que já canto para ficar a vontade para cantar, é uma parada que já domino a música. Então, entrou a "Fica com Deus". Quando chegou a guia dela, eu gostei muito do começo 'agora o tempo...', é uma sensação, um tempo forte. Eu falei 'cara, essa aqui é diferente', mas o Sorriso lançou o projeto das antigas e achávamos que estaria ali, quando vi que não tinha, falei: 'é o momento, vamos nessa' e aconteceu tudo no orgânico.
- Esse mês você faz sua primeira turnê internacional, com dois shows em Portugal e um na Inglaterra. Qual é o sentimento?
Às vezes até esqueço que vou, trabalhando na correria. É algo muito diferente para mim, porque sou um artista recente, da pandemia para cá, e poder levar o meu trabalho para outro país, o pagode pra outro país. Viver o segmento voltando a ganhar essa força em todo o Brasil e além, estou muito feliz de poder chegar no friozão e esquentar a galera.
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