MC Daniel se manifestou sobre prisão de Poze do Rodo Reprodução/Instagram

Rio - MC Daniel criticou a prisão de Poze do Rodo, nesta quinta-feira (29), por suspeita de envolvimento com o tráfico de drogas, associação criminosa e apologia ao crime em suas músicas. O cantor compartilhou o print da última conversa entre eles e expressou apoio ao amigo. 
"Nada vai apagar o brilho dele. Parece que foi ele que roubou o INSS. Se tivessem metade da disposição para prender quem realmente faz coisa errada, o Brasil seria país de primeiro mundo. As novelas que relatam o crime não são apologia? As séries não são apologia? O problema do Brasil é o Poze? Quem fornece as armas é ele? Quem deixa a droga vir de fora do país é ele?", escreveu.
Mais cedo, MC Cabelinho também comentou a prisão do funkeiro em um vídeo publicado no Instagram. "Quando eu atuei na novela das 21h, que eu fiz um papel de traficante em 'Amor de Mãe' na Globo, era arte, né? Quando eu fiz um papel de bandido na novela 'Vai na Fé', era arte. Quando um roteirista escreve a vida de um traficante e relata o que acontece na favela, é arte. Agora, quando um MC, funkeiro, favelado, relata o que acontece na favela, que é a realidade dele, é apologia ao crime. Vocês percebem o quanto isso é subjetivo?", questionou.
Operação Policial
A prisão de Poze foi realizada por agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) em sua casa, localizada em um condomínio de luxo no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio. A Polícia Civil informou que o funkeiro foi detido por "apologia ao crime e por envolvimento com a facção criminosa Comando Vermelho (CV)".
O secretário de Estado de Polícia Civil, Felipe Curi, declarou que as músicas de Marlon Brandon Coelho Couto, nome de batismo de MC Poze do Rodo, são "instrumentos de propaganda para a facção Comando Vermelho". As investigações apontam que o cantor realiza apresentações musicais em áreas dominadas pelo CV, com a presença ostensiva de traficantes armados garantindo a segurança dos eventos.
O advogado do artista, Fernando Henrique Cardoso, afirmou que não foram encontradas armas na residência. Durante a operação, a polícia apreendeu uma BMW X6, avaliada em R$ 880 mil, além de joias, celulares e documentos. Um dos celulares tinha capinha com o símbolo de uma arma, e algumas joias apreendidas faziam alusão à facção criminosa e às comunidades ligadas ao grupo.
Ainda segundo a investigação, o repertório do cantor promove o tráfico de drogas, o uso ilegal de armas de fogo e incita conflitos entre facções. Após o depoimento na Cidade da Polícia, no Jacaré, Poze foi transferido para a Divisão de Capturas e Polícia Interestadual (DC-Polinter). Na saída, declarou: "Estou sendo perseguido". O caso segue em investigação. O funkeiro ainda não teve julgamento e permanece sob custódia.