Monobloco desfila no Centro com bateria de 140 integrantesRenan Areias
Monobloco leva 100 mil pessoas para curtir megabloco no Centro do Rio
Desfile teve como tema 'Nossa história de amor' e deu início ao encerramento do Carnaval de rua de 2025
Rio - O Monobloco arrastou uma multidão de 100 mil pessoas para o desfile que encerrou o circuito de megablocos do Carnaval de 2025. Desde a manhã deste domingo (9) e até o início da tarde, o grupo embalou os foliões ao som de sambas clássicos, MPB e muito pop nacional, na Rua Primeiro de Março, no Centro do Rio.
Completando 25 anos, o Monobloco escolheu o tema "Nossa história de amor", em homenagem aos encontros que nasceram ao longo da trajetória do bloco. "Graças ao carinho do público estamos há 25 anos nessa brincadeira. Acima de tudo, são as histórias de amor que marcam a nossa caminhada e nós agradecemos ao público devolvendo em dobro todo o amor que recebemos, a cada ano", afirmou Celso Alvim, mestre de bateria e um dos fundadores do grupo.
Com uma bateria composta de 140 integrantes formados nas oficinas de percussão ministradas durante o ano, o cortejo animou o público com sucessos que marcaram gerações, como "Taj Mahal", "Fio Maravilha" e "País Tropical", de Jorge Ben Jor; "Peguei um Ita no Norte", enredo do Salgueiro de 1993; "Meu bloco na rua", de Sérgio Sampaio; e "Zé do Caroço", de Leci Brandão. O desfile contou com um abre-alas reunindo amigos do Monobloco e a estreia do casal de mestre-sala e porta-bandeira William Miranda da Silva e Aline da Silva Lima. Além disso, a tradicional presença dos integrantes do Cacique de Ramos não ficou de fora.
"O Monobloco é muito especial porque é o encerramento da festa. A reverência que eles fazem ao Cacique é única, um bloco de referência grande no Carnaval do Rio. E nada mais justo que o próprio Monobloco reconheça a nossa importância, da mesma forma que nós reconhecemos a deles. Essa troca é algo incrível", apontou Lúcio Cláudio, da diretoria do Cacique de Ramos.
Durante a performance do bloco, Alvim também saudou as escolas de samba cariocas e fez um convite a Neguinho da Beija-Flor, que fez sua última apresentação como intérprete da agremiação neste sábado (8), no desfile das campeãs, na Marquês de Sapucaí, depois da Azul e Branca se consagrar campeã do Carnaval de 2025.
"Saúdo todas as agremiações parceiras, todos os sambistas que fazem história no Rio de Janeiro. Tudo o que a gente faz vem das escolas de samba. Muito obrigado a esse povo que resiste, fazendo essa festa linda. Alô, Neguinho da Beija Flor, faço um convite: agora que você está com mais tempo livre, vem cantar com a gente".
Para aproveitar bastante, os foliões e integrantes da bateria apostaram em fantasias divertidas e roupas leves, além de adereços para enfrentar o calor, como óculos escuros e leques. Além disso, equipes da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) lançaram jatos d'água para refrescar o público presente. A Polícia Militar atuou nos pontos de verificação para ar o bloco, no meio do desfile e por meio do Grupamento Aeromóvel (GAM). Até o momento, não há informações sobre ocorrências.
Para a moradora de Ramos, na Zona Norte do Rio, Marina Oliveira, o Monobloco merecia mais um cortejo ao longo do Carnaval, por conta do repertório contagiante. "O Monobloco devia desfilar mais vezes no Carnaval. Não tem repertório melhor entre os blocos de rua. E essa bateria fantástica? Dá vontade de aprender a tocar só pra desfilar junto", declarou a foliã. Amiga de Marina, Jéssica de Jesus esteve pela primeira vez no desfile do grupo. "Ela me chama todo ano e eu nunca venho. Mas dessa vez não tive como escapar, e estou muito feliz de ter vindo", disse a carioca.
Criado no ano 2000, o Monobloco nasceu como uma oficina de percussão e, ao longo dos anos, formou diversos ritmistas, inspirou outros blocos e ganhou palcos pelo Brasil. Mas é no domingo de pós-Carnaval que a grande festa acontece. "Quando a gente se propôs a montar uma oficina usando instrumentos do samba para contemplar a diversidade da música brasileira, não imaginávamos que chegaríamos aos 25 anos formando tantos batuqueiros e reunindo milhares de pessoas em torno dessa festa", declarou o cantor e compositor Pedro Luís, também fundador do Monobloco.
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