Publicado 12/04/2025 00:00
Os mais velhos, frequentadores aqui da caverna, resolveram ajudar na poda das parreiras daqui do principado. São três de diferentes qualidades. Antes mesmo das 7h da matina, os amigos chegaram munidos de tesouras de jardinagem, facões, óculos protetores e capacetes de caçadores. Todos pensando na segurança.
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Foi uma visão maravilhosa a dos amigos chegando. Parei até de varrer o quintal. Iria sujar tudo de novo mesmo!
Foi Fred, o suíço, quem explicou a decisão do grupo:
-  A poda da parreira se dá no início do outono. Vamos inaugurar aqui o novo calendário de eventos. Com direito a celebrações do início ao fim da colheita!
Já vi que isso vai acabar em churrasco. E bem cedo.
Não deu outra, Ibiapina, gaiato, foi logo falando:
- Enquanto o pé de vinho renasce, o melhor mesmo é a gente trabalhar, acompanhado da cerveja.
Calçando as luvas para operar a tesoura, Nelson propôs:
- O Luar, que tal? A gente prepara o terreno e você a churrasqueira!
Enquanto trabalhavam nas parreiras, a patroa trouxe para mesa um pão de alho saído do forno. O aroma atraiu todos à mesa...
Poda feita e carne na churrasqueira, o evento não havia chegado sequer à metade e Nelson propôs que organizássemos a vindima: festa da colheita da uva.
- Mas isso não é só no verão? – Perguntou Ibiapina. – A gente vai esperar até lá?
A resposta veio com Júlio que chegou trazendo uma muda de jenipapo, coisa que eu não via há muitos anos no mercado. Também pudera, dizem que o ideal no caso dos jenipapos, é irrigar 10 litros de água após o plantio, a cada 15 dias se não chover. Haja água na fonte dos Pretos Forros para tanta sede!!
Bem, em todo caso, sementes e mudas dadas não se olha os dentes. Já está plantado. E devidamente regado. Vamos aguardar agora, haja paciência! E água!
E o vizinho de boreste tinha deixado tamarindo aqui, dentro da caixa do correio, com um bilhetinho: vamos tomar refresco em pouco tempo. Ou batida.
Enquanto esperamos vingar as uva, o jenipapo e o tamarindo, lá pra estação de verão, o jeito foi mesmo apreciar a cerveja que gelou enquanto trabalhávamos na poda. E, como sempre, o assunto orçamento acabou sendo servido à mesa. E com ele, o tarifaço do Pato Donald Trump que anda tirando o sono do planeta.
Acho interessante, e oportuno, lembrar que o tarifaço mexeu com os bolsos dos velhos de Água Santa. Simples: Ouro ou carne? Foi instituída uma votação emergencial. A decisão: ouro pra cada um poupar e carne para todos. Eis o investimento do mês. Quiçá do ano. Esperar para ver.
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